Vaginose bacteriana: conheça causas, sintomas e tratamentos
Doença é causada pelo desequilíbrio na flora vaginal e pode levar ao desenvolvimento de doenças inflamatórias pélvicas

Marcada por uma alteração na flora vaginal, a vaginose bacterina é causada pela diminuição do aglomerado de lactobacilos e o aumento da predominância de alguma espécie de bactéria comum do local, principalmente a Gardnerella Vaginalis. E é exatamente o fato de ter uma causa orgânica que a torna diferente das doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Elvio Floresti Junior, que é ginecologista e obstetra, explica que estas alterações são favorecidas pela relação sexual, principalmente se tiver vários parceiros. Além disso, a incidência pode ser aumentada pelas seguintes razões:
- relação anal, sucedida de penetração vaginal sem proteção;
- o uso de DIU;
- duchas vaginais frequentes;
- tabagismo.
Sintomas da vaginose bacteriana
De acordo com o especialista, a doença nem sempre apresenta sinais. “De modo geral, a vaginose bacteriana pode ser assintomática, mas nos casos em que os sintomas se apresentam, o mais comum é o forte odor (também chamado de cheiro de peixe) e um corrimento acinzentado”, afirma.
Nestes casos, é possível perceber também uma piora deste odor após a relação sexual. Outro sintoma que pode ser observado pela mulher é um ardor e coceira vaginal, além da dispareunia (dor durante a relação sexual).
Apesar destes incômodos, a vaginose bacteriana não causa grandes transtornos à saúde, mas o ginecologista faz um alerta: “A presença de uma flora aumentada favorece a ocorrência de doenças inflamatórias pélvicas, quando ocorre a entrada das bactérias no útero e anexos, tornando necessário o uso de antibióticos”, explica o médico.
Tratamento para a vaginose bacteriana
Segundo Elvio Floresti Junior, em aproximadamente um terço dos casos a vaginose desaparece espontaneamente devido à recuperação da população de lactobacilos. Mesmo nos casos mais avançados, a doença tem cura.
A indicação costuma ser o uso de cremes vaginais e de antibióticos orais, que são suficientes para a eliminação dessa flora alterada. Mas é bastante comum que a vaginose bacteriana volte a aparecer.
“O tratamento só é indicado caso existam sintomas, ou se a paciente estiver prestes a realizar uma cirurgia ginecológica”, destaca o Dr. Floresti Júnior. Apesar do uso de antibióticos curar a vaginose, os medicamentos não agem diretamente nas suas causas, e, por isso, a taxa de recorrência da doença é alta.
Assim como acontece no caso das doenças sexualmente transmissíveis, evita-se a vaginose bacteriana através do uso de preservativosdurante a relação sexual, que reduz as possibilidades de que haja uma alteração na flora vaginal.