Camisinha feminina: nós testamos para dar dicas reais sobre sua utilização
Experimentamos este método contraceptivo ainda pouco usado, e contamos os prós e contras da camisinha feminina durante a relação sexual

O poder de proteção na mão das mulheres. Esse é sem sombra de dúvida um dos maiores apelos para incentivar o uso da camisinha feminina. Além de sua função contraceptiva, o método ainda protege contra grande parte das chamadas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Mas se é assim tão positiva, por que ainda é menos usada do que a camisinha masculina?
Para responder a esta questão quase enigmática, A Revista da Mulher não se contentou em ouvir apenas especialistas. Resolvemos ouvir mulheres que a utilizam. Como houve grande dificuldades em encontrar alguma mulher que a tivera experimentado, o jeito foi testar por nossa conta. E a repórter que vos escreve foi a campo.
O que é a camisinha feminina?

Como nem todas as mulheres conhecem, convém explicar que o preservativo feminino é uma "bolsinha", em geral feita de poliuretano, e não látex, com um anel flexível em cada uma das extremidades. A parte que fica para fora é aberta, e a parte de dentro fechada.
O preservativo precisa ser introduzido dentro da vagina e vai envolver o pênis no momento da penetração. A camisinha feminina pode ser colocada várias horas antes da relação sexual, mas deve ser trocada a cada ejaculação.
Sua colocação não chega a ser difícil. O método é similar à introdução do diafragma. Mas, talvez pela a falta de hábito, o processo torna-se ligeiramente desconfortável... e as mulheres acabam desistindo de usá-la.
Falta de contato com a lubrificação
Segundo o Dr. Marino Pravatto Júnior, ginecologista e especialista em sexualidade, percebe-se uma reclamação frequente, das mulheres em seu consultório, sobre a qualidade da vivência sexual com o uso da camisinha feminina.
A falta de contato com a lubrificação, se a camisinha feminina é colocada antes das preliminares, é a queixa mais frequente. Na prática, de fato, isto limita o prazer, tanto do sexo oral quanto da estimulação do clitóris com os dedos.
"O objetivo de dar maior poder para a proteção e contracepção às mulheres é um ponto positivo da camisinha feminina. Mas a dificuldade da concretização do método coloca em cheque sua utilização e acaba sendo a última opção delas", relata o ginecologista.

Vantagens e desvantagens da camisinha feminina
Relatamos a seguir os pontos favoráveis e desfavoráveis da camisinha feminina.
Vantagens
- O preservativo feminino não exige receita médica e até é distribuído gratuitamente em postos de saúde;
- Além de seu caráter contraceptivo é, junto com o preservativo masculino, a única proteção contra DSTs (doenças sexualmente transmissíveis);
- Ele pode ser usado sozinho ou em adição ao outro método de contracepção, como a pílula, DIU etc. Mas não se deve usar em conjunto com um preservativo masculino;
- Material de alta durabilidade, sem risco de romper;
- Ao contrário do preservativo masculino, ele não exige que o homem retire o pênis da vagina logo após ejacular;
- A mulher a põe sem ter interferência do homem;
- Retém o esperma e não escorre, ficando retido no fundo do preservativo, como na camisinha normal masculina;
- Sai facilmente;
- Como pode ser colocada bem antes da relação sexual, a mulher já pode sair de casa com a camisinha feminina quando vai a um encontro.
Desvantagens
- Para garantir que o pênis entre exatamente na abertura da camisinha feminina, é preciso segurar a 'entrada' para o preservativo não sair do lugar. Tarefa quase impossível em algumas posições sexuais, como "de quatro", por exemplo;
- A lubrificação vaginal fica retida, porque o preservativo feminino cobre todo o canal vaginal por dentro, justamente o condutor da lubrificação feminina. Ou seja, o estímulo na vagina com mãos e língua não pode contar com a umidade natural da excitação;
- O companheiro também sentiu mais limitações em relação à lubrificação. "Quando uso a camisinha masculina a lubrificação da mulher fica mais perceptível porque faz deslizar. Com a camisinha feminina, mesmo com o pênis nu, a sensação foi estranha. Tive menos sensibilidade do que com o preservativo do pênis", relatou o parceiro de "teste".
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