Dor pélvica na gravidez: conheça as causas e saiba como amenizar

O crescimento uterino é a principal causa da dor pélvica durante a gestação

dor pelvica na gravidez
Nos casos em que a dor persistir por mais tempo é indicado consultar um médico.

Dores nas costa, azia e enjoo são alguns dos incômodos frequentes entre as gestantes. Sentir dor na região da pélvis é outra queixa comum às futuras mamães. O desconforto ocorre geralmente no início do segundo semestre e dura alguns dias. Segundo o ginecologista e obstetra Alberto Guimarães, a dor pélvica não deve alarmar os pais.

Quais são as causas da dor pélvica na gravidez?

O especialista explica que na maioria dos casos de dor pélvica durante a gestação é um indicativo da fase inicial do crescimento uterino. “O útero fora da gravidez pesa cerca de 50 gramas, enquanto no final da gravidez pesa 1kg. Ou seja, aumenta 20 vezes, sendo um fator de desconforto pélvico, ocorrendo geralmente no 4º mês”, ensina.

Segundo o ginecologista, é neste período que o útero sai da bacia (onde está localizado na região da pelve) e vem no sentido do abdômen. “Isso gera certa distensão dos ligamentos que prendem o útero na bacia, uma espécie de estiramento que leva ao desconforto, uma dorzinha que dura de 2 a 3 dias e que para sozinha”, destaca.

Guimarães explica ainda que existem também outros fatores que podem gerar a dor pélvica. “As mudanças hormonais podem contribuir, além do fato de que o intestino fica mais lento e pode ocasionar maior retenção de gases. A partir do meio da gestação atribui-se também estes incômodos às alterações de coluna, uma vez que com o aumento do peso do útero a mulher joga o tronco para trás, levando a um desconforto”, ressalta.

Há riscos para a gestante ou para o bebê?

De acordo com o especialista, na maioria dos casos, o incômodo não representa nenhum risco para a mãe e o bebê. “Conforme a gravidez avança, o bebê se movimenta, empurra o útero, as posições ficam mais desconfortáveis, então no conjunto, as dores observadas durante a gravidez são toleradas, no geral não precisa de ir ao hospital ou tomar medicações”, reforça.

Apesar disso, Guimarães explica que em casos mais raros a dor pélvica pode significar a existência de outros problemas. “Existem algumas situações infeccionais como apendicite, por exemplo, que muitas vezes pode ser o motivo da dor pélvica. Neste caso, trata-se de uma dor aguda, que quando começa não melhora sozinha, sendo indicado buscar ajuda médica”.

Quando procurar um especialista?

Durante a gestação o mais apropriado é que se tenha calma e observe como a dor se desenvolve antes de procurar um médico. “Oriento a procurar o obstetra em casos de uma dor insistente, parecida com uma cólica e que fica indo e voltando. No caso de uma gravidez de 6 ou 7 meses, por exemplo, pode significar que a gestante vai entrar em trabalho de parto prematuro”, destaca, lembrando que caso a dor venha acompanhada de sangramento é um alerta para buscar ajuda médica.

Como amenizar?

Mesmo se tratando de um incômodo de curta duração, ninguém merece ficar sentindo dores. O ginecologista explica que é possível reduzi-las com ações simples. “Dormir com um travesseiro abaixo da barriga, tomar banhos mornos, o uso de cintas de sustentação (caso o obstetra autorize) e fazer massagens podem ajudar”, afirma.

A prática de exercícios físicos também pode colaborar para que o corpo se sustente e reduza a incidência destes incômodos. “O pilates é uma boa recomendação, pois ajuda no fortalecimento do assoalho pélvico, além de ter baixo impacto durante os treinos (exercícios com alto impacto estão proibidos durante a gravidez)” aconselha Dr. Alberto Guimarães.

Outra opção é fazer exercícios pélvicos, mas sempre com a recomendação do obstetra. O acompanhamento de um especialista no pré-natal é essencial para que tudo corra bem durante a gravidez.  

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