Gestantes são foco no combate à epidemia de sífilis no Brasil
O incentivo à realização do pré-natal precoce e diagnóstico estão entre as ações previstas pelo Ministério da Saúde para controlar a doença no país
O Ministério da Saúde afirma que o Brasil vive uma epidemia de sífilis: a notícia pegou muitas pessoas de surpresa, mas veio junto com o anúncio de medidas para combater a doença. Especialmente entre as gestantes.
São as mulheres grávidas que estão no foco destas ações, que tem como objetivo reduzir a sífilis congênita no país. De acordo com informações do Boletim Epidemiológico apresentado, somente entre 2014 e 2015 a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7% no Brasil, enquanto a sífilis em gestantes avançou em 20,9% e a congênita 19%.
Ainda em 2015, foram diagnosticados 11,2 casos de sífilis em gestantes para cada 1.000 nascidos vivos. A sífilis é uma doença de notificação obrigatória ao Ministério da Saúde há pelo menos 5 anos.
Combate à sífilis congênita
A intenção das autoridades é detectar de maneira precoce a doença, já no primeiro trimestre de gestação - o que possibilita o encaminhamento da mãe imediatamente para o tratamento com penicilina. Por isso, como prioridade, está previsto o incentivo massivo à realização do pré-natal bem como a ampliação do diagnóstico, que pode ser feito por um teste simples e rápido.
Em seguida, os casos diagnosticados devem receber atenção especial, com encaminhamento para tratamento tanto da gestante quanto de seu parceiro. O medicamento usado é a penicilina benzatina, único capaz de combater com segurança e eficácia a doença em gestantes.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, explicou que o objetivo é conscientizar a sociedade sobre a importância do combate à sífilis. "Assim poderemos incentivar a testarem principalmente as grávidas para evitar a transmissão vertical da doença. Trazemos soluções factíveis no compromisso que assinamos”, disse.
Sífilis
A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, tendo como forma de transmissão as relações sexuais desprotegidas além de transfusão de sangue ou na gestação, passando da mãe para o bebê. Os primeiros sintomas surgem entre 3 ou 4 semanas após a infecção e, se não receber tratamento adequado, pode evoluir e provocar lesões cerebrais, cardíacas ou mesmo à morte.
Os bebês infectados com a sífilis durante a gravidez podem apresentar diferentes malformações, entre elas a microcefalia. Em outros casos, podem vir a óbito antes mesmo de nascer. Estes são motivos mais do que suficientes para ficar atenta. O diagnóstico da doença pode ser feito com testes rápidos disponíveis em toda a rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS).
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