Saiba como tratar a dor crônica
Mal que atinge 30% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), pode ser sentido por dias, meses e até anos
A dor crônica é um dos piores sintomas que alguém pode sentir. Diferente da dor aguda, que dura horas ou dias, sem ultrapassar um mês, a dor crônica tem longa duração, podendo ser sentida por dias, meses e até anos, sempre constante, intermitente. Geralmente, também está associada a uma doença crônica.
De acordo com a Dra. Tatiana Molinas Hasegawa, reumatologista do Centro de Qualidade de Vida (CQV), as causas da dor crônica são inúmeras. Dentre elas estão problemas na lombar, fibromialgia, artrite reumatoide, polimialgia reumática, problemas nas fibras musculares, gota e cânceres que estão em estágio de metástase.
As dores também podem ser causadas por distúrbios neuropáticos, que são as dores sentidas por quem tem diabetes, neuropatia autoimune, deficiência de vitamina B12, hipotireoidismo, entre outras. "Toda dor crônica deve ser investigada, pois pode ser sintoma de uma doença autoimune, como algum tipo de câncer", alerta a reumatologista.
Quem sofre de dores crônicas, atualmente 30% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), também tem toda a sua rotina alterada. Isto porque é comum o surgimento de sintomas como a irritabilidade, depressão, insônia, diminuição da libido e alteração do apetite.
Tipos de tratamento
Segundo Tatiana, se as dores crônicas atingirem o sistema musculoesquelético, como é o caso da fibromialgia, lombalgia e polimialgia, o tratamento é feito com medicamentos associados a uma atividade física em academia terapêutica, como hidroterapia, fisioterapia, RPG e pilates.
A terapia ocupacional também é outra sugestão para casos de artrose de mãos ou de joelhos, pois nesse tipo de tratamento utiliza-se órteses, que são anéis de silicone que ajudam no alívio da dor e para que as deformidades não evoluam.
Outro tipo de tratamento indicado é a infiltração, procedimento no qual são injetados remédios dentro das juntas do paciente, a fim de melhorar as dores. “Há inúmeros tratamentos que podem ser feitos, tudo vai depender do diagnóstico do paciente. O reumatologista é o profissional apto para indicar o melhor”, esclarece a médica.
Em alguns casos, a fisioterapia é uma boa aliada. “Ela é indicada para tratar dor lombar crônica, bursite, tendinite, artrose de joelho”, conta Tatiana. Geralmente, as sessões devem ser feitas durante três meses, duas vezes por semana. Pesquisas científicas também apontam ótimos resultados no uso da acupuntura, pois ajuda a equilibrar as energias do organismo.
“Os benefícios em realizar esses tipos de tratamento são muitos. As atividades servirão para melhorar condicionamento da articulação, da junta e do nervo inflamado e para melhorar o sistema cardiovascular também”, explica a médica.
Sobre as contraindicações das atividades, a reumatologista esclarece que vai depender da doença de cada um. A fisioterapia, por exemplo, não é indicada para pacientes que possuem arritmia ou qualquer outro problema cardiovascular.
Quem possui enfisema pulmonar também deve ficar alerta, por causa da falta de oxigenação no pulmão, fator que dificulta a prática do exercícios no ritmo adequado. “Esses pacientes deverão ter a liberação de seu médico, normalmente um cardiologista, para que possam realizar atividades físicas”, finaliza Tatiana.
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