Paralisia de Bell: saiba como diferenciá-la do AVC
Paciente que sofre da doença, que paralisa total ou parcialmente o rosto, pode demorar até 12 meses para recuperar-se por completo
Muito confundida com o acidente vascular cerebral (AVC), a paralisia de Bell é caracterizada pela perda de movimento total ou parcial do nervo facial e por deixar a boca temporariamente torta.
De acordo com a Dra. Julianne Tannous, neurologista do Hospital Sepaco, o portador da paralisia apresenta dificuldade ou incapacidade de franzir a testa, mover a sobrancelha, assoviar, mostrar os dentes, fazer o gesto de beijo, além da sensação de ter o rosto torcido e dificuldade para fechar os olhos. A produção de saliva e de lágrimas também podem ser prejudicada.
A doença, que pode afetar qualquer pessoa e em qualquer idade, pode ter inúmeros agentes causadores, tais como processos infecciosos (meningites, otites, etc.), tumores no crânio, traumas (fraturas ósseas) entre outros. Se a paralisia for parcial, o rosto costuma voltar ao normal entre 1 e 2 meses. Se for total, pode ter duração de 12 meses ou mais e, nesses casos, são indicadas cirurgias para tentar ligar um nervo saudável ao nervo facial.
A maioria dos indivíduos com a doença tem recuperação total, mas existem casos em que a paralisia prolonga-se por toda a vida. Além disso, explica a especialista, raramente, a paralisia de Bell ocorre duas vezes na mesma pessoa.
Diagnóstico: como diferenciar do AVC?
Segundo a especialista, a paralisia de Bell é diagnosticada, basicamente, analisando a história clínica do paciente e pelo exame neurológico. Este último também é importante para diferenciar a doença do AVC.
“Na paralisia de Bell nota-se somente o acometimento facial, enquanto no AVC pode haver acometimento do terço inferior da face (na grande maioria), além de serem observados outros sintomas associados, como a perda de força, alteração de sensibilidade, dificuldade de fala, etc.", explica a especialista.
A partir das informações colhidas nos exames, a investigação deve ser expandida para exames laboratoriais gerais e, se houver necessidade, tomografia computadorizada de crânio, ressonância magnética, entre outros.
O tratamento da doença é feito com sessões de fisioterapia, medicamentos e, em alguns casos, cirurgia. No caso do uso de remédios, o tratamento dura cerca de duas semanas. A fisioterapia é fundamental para que ocorra uma melhora rápida e indispensável para minimizar as sequelas no paciente.
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