Laqueadura: conheça os prós e contras deste procedimento
A recomendação é que apenas casais com mais de dois filhos devem optar por este método anticoncepcional definitivo
A escolha do método contraceptivo mais adequado precisa ser sempre muito bem avaliada pela mulher ou pelo casal. Uma decisão definitiva de não ter mais filhos, com a opção da vasectomia no homem e da laqueadura na mulher, exige maior busca por informações e muito aconselhamento médico.
"A laqueadura tubária funciona como método anticoncepcional definitivo porque é um procedimento que causa interrupção no trajeto de ambas as tubas uterinas, impedido, assim, que os espermatozoides cheguem ao óvulo liberado por qualquer um dos dois ovários", esclarece ginecologista e obstetra Dr. Franco Loeb Chazan.
Laqueadura: prós e contras
O médico lembra que a laqueadura impede a gravidez, mas não tem nenhum efeito protetor sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Este aspecto negativo do procedimento faz com que ele seja indicado somente a mulheres que estejam em relacionamento estável e duradouro.
Normalmente, a laqueadura é realizada durante uma cesárea, mas pode ser realizada também fora da gravidez, desde que a mulher cumpra os pré-requisitos exigidos pela legislação. Este procedimento só deve ser feito em mulheres maiores de 25 anos de idade e com pelo menos com dois filhos vivos.
Também é preciso cumprir o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. Pela lei brasileira, a mulher tem direito a serviços de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar que visa desencorajar a esterilização precoce.
Um dos aspectos positivos da laqueadura é que ela pode ajudar mulheres com risco à vida ou à saúde em caso de concepção. Neste caso, torna-se necessário um laudo testemunhado em relatório e assinado por dois médicos.
Como é feita a laqueadura
Atualmente, existem três opções para realização da laqueadura tubária:
1. Via Laparoscópica
A laqueadura por laparoscopia é um procedimento cirúrgico realizado através do abdômen, com introdução de um dispositivo chamado laparoscópio. O médico pode usar anéis ou clips para fechar as trompas. Outra possibilidade é cauterizá-las por meio de calor.
2. Minilaparotomia
A minilaparotomia é uma cirurgia feita imediatamente após o parto ou até dois dias depois. O médico faz uma pequena incisão no abdômen e, em seguida, remove uma parte das trompas de Falópio de cada lado. Este procedimento não deve ser feito muitos dias após o parto, já que o útero ainda grande facilita a cirurgia.
3. Laqueadura tubária histeroscópica
A laqueadura tubária histeroscópica é uma laqueadura sem cirurgia, que pode ser feita fora de ambiente hospitalar, apenas com anestesia local.
Neste procedimento o aparelho endoscópico, chamado histeroscópio, entra pela vagina, atravessa o útero e chega às trompas onde insere uma pequena mola chamada Essure. A inserção de um objeto estranho nas trompas causa uma reação do sistema imunológico, provocando inflamação e posterior crescimento de tecido cicatricial, o que provoca o fechamento das trompas.
Arrependimento após a ligadura de trompa
O arrependimento em relação à esterilização definitiva geralmente surge nas mulheres que realizaram a laqueadura ainda jovens, antes do 25 anos.
São mulheres que muitas vezes se separam, acabam casando novamente e passam a querer um filho com o novo marido.
"A laqueadura é considerada uma esterilização definitiva. Em alguns casos a reversão até é possível, mas há riscos e o procedimento é muito mais complexo do que a ligadura das trompas", informa o Dr.Franco Loeb Chazan.
Segundo o médico, a taxa de sucesso da reversão é de apenas 20%. Por isso, se a paciente tiver qualquer dúvida ou insegurança, a laqueadura não deve ser o método contraceptivo de escolha.
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