Saiba mais sobre a síndrome de asperger

Distúrbio prejudica socialização, mas tratamento costuma ter mais resultado do que nos casos de autismo

Síndrome de asperger faz parte do diagnóstico de autismo, mas tratamento costuma ser mais eficaz.


Problema ainda muito relacionado ao autismo, a síndrome de asperger é um transtorno neurobiológico, conhecido por ocasionar prejuízos ao desenvolvimento infantil e afetar as habilidades de socialização do indivíduo.

O distúrbio pode ainda prejudicar a capacidade de comunicação. Mas a boa notícia é que a resposta ao tratamento costuma ser mais eficaz do que no caso do autismo.
 
“Com a nova versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM), a DSM-5, a síndrome de asperger, que era considerada relacionada mas distinta do autismo, passou a fazer parte do diagnóstico de transtorno do espectro do autismo”, explica a fonoaudióloga Danielle Damasceno.
 
O termo Transtorno do Espectro do Autismo, também conhecido pela sigla TEA, foi criado para englobar o autismo típico, a síndrome de asperger e o transtorno global de desenvolvimento.
 
A ideia de associar a síndrome de asperger a outros distúrbios, como o autismo, foi facilitar o diagnóstico. Uma vez que apresentam sintomas semelhantes, a comunidade médica considerou que o melhor é partir direto para o tratamento, que é praticamente o mesmo para os três caos.
 

Síndrome de asperger X autismo

Mas apesar de atualmente a síndrome de asperger fazer parte da classificação de TEA, especialistas ressaltam a diferença entre os dois distúrbios. A síndrome de asperge distingue-se do ‘autismo clássico’, como era chamado anteriormente, principalmente por dois motivos:
  • a criança quer se socializar, mas não consegue;
  • a resposta ao tratamento vem mais rápido.
“O autismo se caracteriza por atraso na fala e desenvolvimento da linguagem, pela falta de interesse nas relações sociais e por movimentos estereotipados”, esclarece a fonoaudióloga Danielle Damasceno. Já na síndrome de asperger, a criança pode até apresentar esses sintomas, mas ela se angustia por não conseguir superar essas deficiências.
 
“A grande diferença é que a criança que apresenta a síndrome de asperger demonstra interesse nas relações sociais, embora seja de forma ‘desajeitada’. E justamente pela maneira diferente de tentar estabelecer as relações,  pode até se frustrar por não conseguir atingir seu objetivo”, completa Danielle.
 

Tratamento da síndrome de asperger

Na maioria dos casos, a criança não apresenta atraso na fala, porém o uso da linguagem pode ser inadequado em alguns momentos, parecido com o que ocorre na apraxia da fala.
 
Geralmente, a síndrome é detectada depois dos três anos de idade. Isso ocorre porque é faixa etária que as ocasiões sociais ficam mais frequentes. “A diferença no desenvolvimento fica mais evidente ao ser comparada a de outras crianças”, diz a especialista.
 
A fonoaudióloga recomenda aos pais ou cuidadores procurarem uma avaliação com um neurologista ou psiquiatra infantil, ao menor sinal de inadequação ou comportamentos diferenciados na criança.
 
“Além do tratamento médico, é preciso um acompanhamento terapêutico com profissionais como o fonoaudiólogo, psicólogo e psicopedagogo. Sempre dependendo das especificidades de cada caso”, diz Danielle Damasceno.
 
Segundo estudos científicos, no caso da síndrome de asperger a resposta ao tratamento costuma ser muito mais rápida do que em relação ao autismo. Isso torna ainda mais importante o diagnóstico precoce.
 
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