Lavar as mãos: gesto simples que evita grande parte das doenças

Desde problemas gastrointestinais até conjuntivite, especialistas garantem que lavar as mãos é a melhor medida preventiva

Lavar as mãos: simples hábito que evita doenças graves.


Muitas vezes, a mão que mexeu em um telefone ou segurou em apoios de transportes públicos é a mesma que leva o alimento à boca, o esfrega os olhos quando surge um coceira. Esses pequenos gestos podem passar despercebidos, mas quando são realizados sem lavar as mãos, uma quantidade imensa de bactérias pode ser transportada do exterior para dentro do corpo.

Em sua página na internet, o médico infectologista Drauzio Varella ratifica que, entre todos os ensinamentos da infância, a recomendação de lavar as mãos é a mais importante. Segundo o médico, como se por simples 'birra' contra aquilo que parece ser apenas uma frase feita de mãe, as pessoas perdem esse hábito quando se tornam adulto.

"É possível que sejamos tão renitentes em lavar as mãos porque vírus, fungos e bactérias são seres tão minúsculos que, no fundo, não acreditamos na existência deles. No entanto, esses micro-organismos tão perigosos estão lá e se todos lavassem as mãos com água e sabão (qualquer sabão) antes de manipular os alimentos muitas doenças seriam evitadas", cita em artigo o dr. Drauzio Varela.

A regra, segundo o médico, é clara: lavar as mãos deve fazer parte do dia a dia. Deve-se lavar as mãos ao chegar em casa da rua, ao chegar ao trabalho, antes de comer, antes de dormir, após trocar fraldas, após fazer as necessidades e até após falar ao celular. 

Isso já reduziria drasticamente a possibilidade de contrair algumas doenças. Entre as patologias mais comuns transmitidas e adquiridas por quem não lava as mãos encontram-se:
  • conjuntivite;
  • gripe;
  • gastroenterite;
  • hepatite A;
  • rotavírus;
  • salmonela;
  • sarna;
  • candidíase;
  • infecção hospitalar.


Como lavar as mãos

Não existe segredo para lavar as mãos: água corrente e sabão de qualquer tipo. Primeiro molha-se bem a mão. Depois, esfrega-se as mãos com quantidade de sabão suficiente para fazer espuma. Lava-se a palma e as costas das mãos. Entre os dedos também é importante, sem esquecer da parte interna das unhas.

É indicado tirar os anéis e alianças ao se lavar as mãos. Muita gente não gosta de fazer isso, especialmente em banheiros públicos, por causa da possibilidade de esquecimento. Para evitar a perda da joia, retire o anel e lave-o junto com as mãos, colocando-o novamente no dedo após terminar a higiene.

É importante lembrar de lavar os pulsos e a secagem deve ser feita sempre com papel toalha descartável. Em casa, cada um deve ter sua própria toalha para enxugar as mãos. Para as visitas, quando se recebe alguém, deixe uma toalha limpa no banheiro. Lave após receber os visitantes.

Outro ponto importante: se vai comer depois, evite encostar em maçanetas, especialmente a de banheiros públicos. Hoje em dia já existem banheiros com portas que podem ser empurradas com o corpo, mas caso não seja possível, após lavar as mãos use papel toalha ou um pano limpo que tenha na bolsa para abrir portas.

Lavar as mãos evita infecção hospitalar

A primeira evidência de que doenças graves poderiam ser evitadas com o simples ato de lavar as mãos foi descoberta pelo cientista francês Louis Pasteur. Graves problemas de saúde poderiam ser reduzidos através do simples ato de lavar as mãos.

Consta nos registros históricos do Instituto Pasteur de Paris, que no século XIX durante reunião da Academia de Paris, um obstetra descartou com desprezo a hipótese levantada por Pasteur de que a febre pós-parto, que no período estava matando um número elevado de mulheres, fosse provocada por bactérias.

Pasteur interrompeu: “A causa dessa doença são os médicos, que levam germes da paciente doente para a sadia, simplesmente porque não têm o hábito de lavar as mãos”. A partir daí, começaram o experimento com alguns médicos, que concordaram em lavar as mãos antes de realizarem os partos. O número de pacientes infectadas praticamente foi reduzido a zero.

Segundo levantamento realizado pela Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), mais de 100 mil brasileiros morrem, anualmente, vítimas de infecções hospitalares. A principal causa dessas infecções está no toque das mãos não higienizadas corretamente, em pacientes com imunidades baixas.   
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as infecções hospitalares atinjam 14% dos pacientes internados no país e que cerca de 70% dos casos podem ser evitados com uma medida simples: higienizar corretamente as mãos.

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