DIU: saiba como funciona este método contraceptivo

Especialistas explicam tudo sobre um dos métodos de prevenção de gravidez mais eficazes, o dispositivo intrauterino, ou DIU

DIU: um método contraceptivo com mais de 99% de eficácia e sem contraindicação.


O DIU, ou dispositivo intrauterino, é uma pequena estrutura em forma de T, que deve ser inserida dentro do útero e previne a gravidez através de diferentes mecanismos. Sua eficácia acima de 99%, muito superior a de pílulas anticoncepcionais, está ligada principalmente ao fato de não depender da paciente para agir, ou seja, não há risco de esquecimento.

Para mulheres que buscam um método mais duradouro, prático e que não querem ser perturbadas com alarmes e tomadas de comprimidos, o DIU é uma excelente opção. “Mas é recomendado às mulheres que tenham uma relação estável, visto que o método não previne doenças sexualmente transmissíveis”,  alerta do ginecologista Marino Pravatto Júnior.

Os tipos de DIU

Existem dois tipos distintos deste método contraceptivo, que diferem quanto ao material e o mecanismo de ação. O DIU de cobre evita a gravidez através da toxicidade do cobre aos espermatozoides, que não sobrevivem para atingir o óvulo. Ele tem preço mais baixo e duração de 10 anos. 

“Porém pode provocar ciclos menstruais mais longos e mais dolorosos, não sendo recomendado”, explica a Dra. Andressa Teixeira, médica especialista em ginecologia oncológica e cirúrgica. “Mulheres que tenham um ciclo menstrual mais intenso devem evitar o DIU de fio de cobre”, recomenda o ginecologista Marino Pravatto Júnior.

Já o DIU liberador de hormônio, sob o nome comercial de Mirena, possui material plástico e libera continuamente um hormônio, o levonorgestrel. Este hormônio previne a gravidez por dois mecanismos: impede a liberação do óvulo e espessa o muco cervical, não permitindo a subida do espermatozoide.

O DIU liberador de hormônio  é mais caro e dura 5 anos. “Sua vantagem é diminuir bastante o fluxo menstrual e cólicas, porém pode causar dor nos seios e inchaço, geralmente no primeiro ano de uso”, comenta a Dra. Andressa.

DIU tem contraindicação?

De acordo com especialistas, não há estudos que apontem motivos relevantes para a contraindicação do dispositvo.  “No passado, evitava-se colocar o DIU em mulheres que não tinham filhos devido ao fio de cobre ter um risco baixo de causar infeção nas trompas. Mas atualmente, com materiais mais avançados e com o DIU liberador de hormônio, mulheres sem filhos podem usar”, explica o Dr. Marino Pravatto.

“O que ocorre é que em mulheres que já tiveram parto normal ou alguma dilatação do colo uterino durante o trabalho de parto, a colocação é mais fácil, pois o orifício do colo é mais largo e apresenta menos resistência”, completa a Dra. Andressa Teixeira.

Colocação simples e o mito de ser ‘abortivo’

O DIU foi preconizado para ser colocado no consultório. “Normalmente a paciente é orientada a tomar um anti-inflamatório meia hora antes da colocação. No momento do procedimento, pode também ser aplicada a anestesia local no colo, que é apenas sentida como uma cólica muito discreta”, diz a ginecologista Andressa Teixeira.

Embora a dor possa variar de intensidade – ou nem ocorrer – em cada pessoa, os os relatos das pacientes indicam que há um pequeno desconforto, como uma cólica menstrual, no momento que o DIU passa pelo canal do colo. “Esta etapa tem duração bem curta. O procedimento todo dura cerca de meia hora”, tranquiliza a médica.

Durante muito tempo – e ainda atualmente – o DIU foi associado a efeitos abortivos. Estudos científicos derrubam essa hipótese. Não há nenhuma experiência que tenha comprovado que um óvulo fecundado tenha deixado de se prender ao útero por causa do dispositivo intrauterino, reforçam os médicos. 

“O que ocorre é que o fio de cobre funciona como espermicida, ou seja, o ambiente do útero fica hostil à passagem do espermatozoide e, consequentemente, eles não chegam até o óvulo. Não é abortivo se o óvulo não foi fecundado”, esclarece  o Dr. Marino Pravatto.

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