Saiba o que é o parto humanizado e como ele funciona
Procedimento pode ser feito em casa ou no hospital e intervenção médica só ocorre em último caso
A escolher o tipo de parto é sempre uma grande responsabilidade para a gestante. Seguindo conselhos de especialista, muitas optam pelo parto normal, que é menos invasivo que a cesária, além de proporcionar para a mãe uma recuperação mais rápida – cerca de 3 dias. Contudo, um método ainda menos agressivo tem ganhado cada vez mais adeptas: o parto humanizado.
Trata-se de uma versão ainda mais natural do parto normal. Nele, não existe anestesia e a intervenção médica só ocorre em último caso. De acordo com Dr. Ricardo Luba, ginecologista (SP), no parto humanizado “o processo é mais fisiológico e mais natural. Logo, o principal benefício é a vivência do momento de maneira completa e ampla. Neste parto, a mulher é o centro de tudo. Sua opinião e desejos devem ser respeitados”, explica o especialista.
Esta modalidade de parto pode ser realizada tanto no hospital quanto em casa, mas a primeira opção é mais segura, pois a mãe e o bebê se expõem a um risco menor de complicações. Outra vantagem é o fato da recuperação após a anestesia ser mais rápida, proporcionando um conforto emocional e melhor percepção do parto para mãe e para o bebê.
Porém, diferente do parto cirúrgico, no parto humanizado a grávida sente mais dor, devido a ausência de anestesia. Mas a segurança é garantida pela a equipe médica e de enfermeiras ou das doulas envolvidas, fundamentais no caso da ocorrência de algum problema.
A preparação começa no pré-natal
Muito ainda se discute sobre as diferenças entre o parto normal e o parto humanizado. Segundo o ginecologista, ambos são partos vaginais, isto é, a passagem do bebê ocorre pelo canal vaginal. Porém, o parto normal tem uma maior intervenção médica, como anestesia ou analgesia, acesso venoso periférico, múltiplos exames vaginais, medicamentos intravenosos para aumentar as contrações uterinas, jejum, fórceps para abreviar o período expulso do parto, entre outros procedimentos.
Já no parto humanizado, o médico obstetra, o anestesista, o pediatra e a doula cumprem um papel de observar e intervir somente se algo estiver indo errado. “O médico deixa de ter papel central para ter um papel mais distante, onde o centro de tudo é a parturiente”, conclui Ricardo.
Preparação para o parto humanizado
Segundo o especialista, antes de optar pelo parto humanizado, é importante ter alguns cuidados. A preparação deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, junto a qual a gestante adquire o máximo de informações possíveis a respeito do parto, aprende como deve fazer força, qual é o melhor momento para se dirigir ao hospital, entre outros fatores.
Neste cenário, a doula tem papel fundamental, atuando, inclusive, como uma conselheira. Ela tem o dever de acolher a gestante e fornecer todas as informações, além de ensinar as possíveis posições a serem adotadas na hora do parto, para que a gestante decida qual é mais confortável. “A doula também auxilia e incentiva a participação do pai nesse momento, diferente do médico obstetra, que entra em ação mais próximo ao nascimento ou em casos de complicações”.
Além disso, é importante fazer um plano de parto para que esse momento seja de acordo com os desejos da gestante. “Para isso é essencial um bom acompanhamento pré-natal, uma boa relação médico paciente, baseada na confiança”, explica Dr. Ricardo Luba.
Contudo, nem todas as mães estão aptas dar a luz a um filho dessa forma. “Aproximadamente 15 a 20 % das gestantes apresentam alterações que impedem um parto normal humanizado”. Mesmo nesses casos, Ricardo diz haver soluções: “O que se pode fazer é tentar humanizar um pouco mais os partos cesarianas para diminuir essa frustração de impossibilidade”, conclui.
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