Leite industrializado: mocinho ou vilão?
Saiba como escolher o leite de caixinha e quais são os benefícios e malefícios em consumi-lo
Seja no café da manhã ou antes de dormir, tomar um copo de leite é hábito para muita gente. Sabe-se que o leite traz uma porção de benefícios, sendo o principal deles o aporte de cálcio, um mineral essencial para a construção e manutenção dos ossos e dos dentes. Mas será que o leite de caixinha, aqueles vendidos nos supermercados, são, de fato, bons para a saúde?
Segundo Francisco Tostes, endocrinologista e membro da Sociedade brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), é importante ficar atento à presença de conservantes e substâncias químicos no leite, tais como aromatizantes, corantes, antioxidantes, conservantes, estabilizantes e acidulantes. Do contrário, cortar o leite do cardápio não é uma boa ideia. “Esse hábito se disseminou de uma maneira exagerada. Quem não deve tomar leite são aquelas pessoas que possuem restrição ao seu consumo, por alergia ou intolerância”, explica.
O problema dos leites industrializados está no seu processo de pasteurização, que, ao mesmo tempo em que elimina bactérias nocivas, também mata parte das propriedades nutritivas do leite. Além disso, as vacas são tratadas com antibióticos e muitas vezes hormônios e acabam produzindo um leite que contém substâncias presentes nesses medicamentos.
Mesmo assim, o leite de caixinha continua sendo fonte de proteína, ajudando no combate à osteoporose, auxiliando o desenvolvimento cerebral, o regulamento do sistema imunológico e o controle da pressão alta. O cálcio presente no leite é, inclusive, melhor absorvido do que o de outros alimentos (verduras e frutas).
Contudo, é importante ficar alerta para o consumo exagerado, pois o leite integral contém gordura saturada na sua composição. Uma grande quantidade dessa substância no organismo pode aumentar os níveis de colesterol ruim (LDL), e assim elevar os riscos de doenças cardiovasculares. Por isso, o ideal é ingerir as versões com teor reduzido de gordura ou desnatadas que contêm, respectivamente, 1% e 0,5% de gordura saturada. Se consumidos na medida certa, esses leites não provocam problemas de saúde nem quilos extras.
Leites vegetais: opções saudáveis
Quem é vegano ou possui intolerância à lactose, pode optar pelos leites vegetais, de acordo com o especialista. "Além de serem igualmente nutritivos, geralmente os leites vegetais possuem um maior teor de fibra quando comparados ao leite de vaca”, ensina.
Além disso, os leites vegetais são menos calóricos e possuem baixo índice glicêmico. Mas é preciso ter atenção às diferentes características de cada tipo, como os de amendoim, amêndoas, aveia, nozes, soja e arroz. De acordo com o médico, o leite de arroz, por exemplo, possui baixo teor de proteína, mas é rico em carboidrato.
Além disso, nos leites vegetais não é possível encontrar a mesma quantidade de cálcio dos leites tradicionais. “Por isso, pode haver uma deficiência de cálcio, pois a absorção desse mineral é pior nos leites vegetais. Porém, esse não é um impeditivo para o consumo, pois com o acompanhamento de um endocrinologista ou nutricionista, pode-se identificar se há carência e supri-la", sugere o especialista.
Outra substituição interessante é o leite orgânico, que é livre de hormônios e medicamentos, comuns nos leites tradicionais. Além disso, no caso do produto orgânico, as vacas não se alimentam em pastos tratados com fertilizantes, o que que garante um leite sem traços de agrotóxicos.
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