Preparar a musculatura antes de começar a correr evita o risco de lesões

Iniciar atividade de corrida sem antes ter os músculos preparados, pode romper fibras e tendões. Preparação deve ocorrer durante 1 mês

Antes de começar a praticar atividade física, é importante acompanhamento profissional.


Quem deseja acabar com o sedentarismo e começar a se mexer muitas vezes não sabe por onde começar: se matricular numa academia ou treinar por conta própria em casa, na sala de ginástica do prédio ou no parque mais próximo? Contudo, outro ponto também deve ser levado em consideração: antes de começar a praticar determinados tipos de atividades, é preciso se preparar fisicamente.

Especialistas alertam para o fato de que fazer atividade física, especialmente depois de algum tempo sem se exercitar, pode causar sérios riscos para a saúdeA corrida é um exemplo. Não basta subir na esteira e começar a correr: é preciso que haja preparação e fortalecimento dos músculos, o que pode demorar alguns meses.

O problema é que, neste caso, o emagrecimento rápido proporcionado pelas atividades aeróbicas, como é o caso da esteira, pode estimular o praticamente a usá-la de forma errada. 

Preparador físico

Quem quer perder uns quilinhos pode se empolgar com o resultado e em poucos dias já começar a correr. Esta prática é equivocada, segundo Filipe Medeiros, preparador físico e coordenador de pós-graduação do Centro Universitário Celso Lisboa.
 
"Fortalecer a musculatura previamente ao início é fundamental para a prática segura. Por isso é importante consultar um profissional habilitado para determinar quais músculos dever ser preparados”. Esse é, inclusive, o ponto mais importante para quem deseja dizer adeus ao sedentarismo: buscar ajuda

“É importante realizar uma avaliação funcional com um professor capacitado e com conhecimento da atividade que o praticante deseja. Esse profissional vai direcionar exatamente o tipo de fortalecimento prévio indicado. Se a atividade exige muito dos membros inferiores como a corrida, exercícios corretivos e preventivos devem ser direcionados principalmente para essa área do corpo”, explica Filipe.

A iniciativa de buscar ajuda, porém, não limita a prática que a pessoa deseja realizar. Segundo o preparador, não existe uma atividade que seja mais prejudicial do que outra. O que existe é intensidade inadequada para o praticante

“Por isso, antes de começar qualquer atividade, é fundamental explicar ao professor seu nível de condicionamento para que não aconteça a prescrição de algum exercício mais intenso do que o indivíduo é capaz de aguentar”, alerta.

Riscos de lesões

Mesmo que a vontade de praticar exercício sem o acompanhamento de um profissional seja grande, é importante saber que fatores como técnica dos movimentos, intensidade do treino, volume da prática e o nível de condicionamento do praticante devem ser levados em conta.

 “As atividades que costumam ter caráter competitivo, como alguns esportes, podem inicialmente levar o praticante a ir  além dos limites físicos, suportado pelo efeito emocional que a competição exerce”, ensina o Filipe.

O risco de não ter o acompanhamento profissional vai desde sintomas simples, como fadiga precoce durante a atividade, até lesões mais graves como rompimento de fibras e tendões, que podem acontecer se a carga de exercícios exceder a capacidade do sistema muscular.

Percebendo a lesão

Mas nem sempre é simples perceber uma lesão. O sinal mais comum é a dor, segundo Filipe, mas muitas vezes ela é encarada como uma amiga, como se o corpo estivesse de fato trabalhando musculaturas até então não estimuladas. Porém, a dor também sinaliza que algo não está correto.

“Na presença de dor, a atividade deve ser interrompida. O primeiro especialista a ser consultado é o médico ortopedista, que, por sua vez, fará um exame clínico. Em caso de não conclusão, o médico solicitará exames complementares. Feito o diagnóstico da lesão, outros profissionais serão solicitados, como os fisioterapeutas”, explica o preparador.

Filipe não indica um tempo de fortalecimento específico, pois ele pode variar de pessoa para pessoa e também depende do histórico de atividade física, lesão e tipo de exercício escolhido. 

“Em 4 semanas de treinamento costumam aparecer os primeiros resultados do fortalecimento, porém, quem vai decidir (se já é o momento de começar a correr) é o profissional que prescreveu”, finaliza o preparador físico.

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