Saiba como lidar com o relacionamento amoroso que começa no trabalho
Casais que desenvolvem um relacionamento amoroso no ambiente de trabalho devem separar pessoal do profissional. Radicalmente
O tempo de convivência no ambiente de trabalho é grande. Muitas vezes, passa-se mais horas com os colegas na empresa do que com a família em casa. Oposto ao que ocorre no namoro à distância, maior proximidade e troca de experiências sobre questões cotidianas, tanto pessoais como profissionais, acabam favorecendo o desenvolvimento de relacionamentos amorosos no ambiente corporativo.
Mas apesar de ser comum, ainda é tabu namorar alguém com quem se divide o dia a dia profissional. Há empresas, inclusive, que proíbem os relacionamentos amorosos entre funcionários. Isso ocorre porque as corporações temem que as relações com maior intimidade atrapalhem o desempenho e a credibilidade do casal junto aos demais colegas.
“Muitas empresas querem evitar ter que lidar com possíveis constrangimentos e demais danos que um relacionamento amoroso possa causar ao ambiente de trabalho”, explica a Dra. Cristiane Moraes Pertusi, psicóloga e coaching empresarial.
Definir limites
O risco mais temido pelas corporações é o casal não conseguir conciliar os papeis pessoal e profissional. Principalmente quando há níveis hierárquicos distintos, ou seja, um é chefe e outro é subordinado. "Quando há envolvimento afetivo, a imparcialidade pode ficar comprometida em relação aos méritos, às oportunidades justas e quaisquer outras questões", alerta a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi.
Por outro lado, em geral são os próprios funcionários envolvidos em um relacionamento amoroso os mais preocupados em definir os limites. Foi o caso da economista Nayana Peixoto e o marido, o advogado Bruno Bartijotto.
Os dois conheceram-se quando trabalhavam juntos em uma empresa do setor de telecomunicações. O casal de cariocas estava trabalhando em São Paulo e a distância de casa favoreceu a aproximação. Foi natural o contato profissional aos poucos romper a barreira pessoal.
Trabalhando juntos em um mesmo projeto, começaram a surgir conversas mais pessoais e jantares pós-expediente. Quando o relacionamento amoroso finalmente começou, combinaram de jamais misturar trabalho e vida pessoal.
Sem brechas
Quando se casaram, o pacto continuou. Mesmo morando na mesma casa, sequer iam juntos para o trabalho. Essa separação sem brechas da vida pessoal coma vida profissional acabou gerando uma história engraçada.
“Uma vez tínhamos uma reunião juntos, na qual cada um representaria sua área. Eu acordei, mas o Bruno continuou deitado. Saí para trabalhar. Ele, continuou dormindo. Na hora da reunião, liguei para a secretária dele perguntando se o Bruno não iria para a reunião”, conta a economista.
Segundo Nayana, ser radical é necessário quando se tem um relacionamento amoroso com um colega de trabalho. Caso contrário, a credibilidade profissional pode ficar comprometida. A seu ver, é preciso deixar evidente na empresa o quanto o casal consegue separar o relacionamento amoroso do relacionamento profissional
“Agi como agiria com qualquer colega que estivesse atrasado para uma reunião. Mas secretária dele não sabia o que dizer. Ele ainda não tinha chegado à empresa e sua secretária gaguejava ao telefone ‘não sei, vou verificar’’”, conta Nayana, que hoje se diverte com a história.
Ao ligar para a secretária de Bruno, ela procurava pelo representante da área jurídica e não por seu marido. Embora essa atitude radical seja difícil para muitos casais, a especialista em coaching empresarial afirma que o comportamento do casal Bruno e Nayana é um exemplo de como se deve agir.
"Quem tem um relacionamento amoroso e trabalha junto precisa deixar as fronteiras bem definidas entre o papel profissional e o pessoal. Essa postura permite maior liberdade para um crescimento da carreira, com mais legitimidade e credibilidade aos olhos de outros colegas e de gestores", reforça Cristiane Pertusi
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