Sexo tântrico: saiba o que é na prática
Conhecida como a prática sexual do 'não-gozar', a técnica do sexo tântrico ensina que o prazer consiste em reverenciar o parceiro
Uma técnica milenar que ensina a prolongar as preliminares, aumentar a libido e fazer da experiência sexual algo sublime. É o que prometem os ensinamentos sobre sexo tântrico, prática original da Índia baseada no princípio de uma fusão entre amor, sexo e espiritualidade.
Mas de acordo com especialistas, o sexo tântrico tem muito mais a ver com a forma de encarar o sexo do que com a técnica em si. Apesar de existirem práticas específicas utilizadas e, atualmente, amplamente ensinadas em cursos mundo afora, a forma de se relacionar com o parceiro ainda é o principal diferencial desta prática.
O sexo tântrico defende, antes de tudo, a atitude do parceiro diante do outro no cenário sexual. "É quase de reverência ao corpo do outro. Uma vez o cantor Sting disse que o corpo de sua esposa há 30 anos era seu 'templo'. Essa seria a analogia perfeita", explica a psicóloga e especialista em sexualidade, Tatiana Pesser.
Orgasmo como experiência mística
Na prática tântrica, considera-se o orgasmo como experiência mística, um momento em que as duas pessoas se tornam uma. Segundo as teorias sobre o sexo tântrico, essa sensação de prazer pode se estender amplamente, a ponto de fazer uma conexão com o Universo (ou Deus ou a energia mística, dependendo de cada crença). Esta 'conexão' provocaria uma experiência física e espiritual fortíssima.
"O objetivo não é deixar de alcançar o orgasmo e sim transformá-lo numa experiência muito poderosa. Para isso é necessário saber controlar o clímax, especialmente o homem, uma vez que a mulher pode ter orgasmos múltiplos, recuperando-se com intervalos de menos de trinta segundos", explica a psicóloga.
Os adeptos do sexo tântrico ensinam ainda que não existe um lugar ideal para se praticar a técnica. Diferente do que se pensa, não é preciso acender velas ou colocar músicas orientais para que o sexo vire uma experiência sublime.
O prazer intenso pode começar em qualquer lugar, seja através de um beijo, de um abraço prolongado, no sofá da sala ou no banho juntos. O importante são os toques, olhares e a ativação dos cinco sentidos durante as preliminares.
Sem ejacular, mas com prazer
Segundo a sexpert Tatiana Presser, quando o homem prolonga a penetração sem ejacular, não significa que não há prazer para ele. "Na verdade ele pode até chegar ao orgasmo sem gozar, que é outra técnica ensinada na prática do sexo tântrico", diz a especialista.
Engana-se, porém, quem associa o sexo tântrico somente à não-ejaculação. As técnicas ensinadas na prática desta relação sexual defendem justamente que, quanto mais tempo o homem segurar o orgasmo, mais intensa vai se tornar a experiência quando ele finalmente ejacular.
"No entanto, o mais importante no sexo tântrico não é o orgasmo em si, é toda a experiência, como devia ser sempre. Prologar o sexo é apenas um motivo para se curtir mais, estar mais tempo e mais profundamente conectado com o parceiro", orienta Tatiana Presser..
O grande perigo é a técnica ser usada como disputa entre o casal. "De forma alguma é um concurso de quem consegue ficar mais tempo nas preliminares sem gozar! Sexo tântrico é uma ótima ferramenta para o autoconhecimento e o conhecimento do outro", completa a especialista em sexualidade.
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