Doença celíaca: saiba o que é e como tratar
Portador não deve consumir alimentos que contenham glúten, como pães, biscoitos, aveia, entre outros
A doença celíaca é antiga, mas vem ganhando maior destaque nos últimos tempos pela sua relação direta com o glúten, principal proteína presente no trigo, aveia, centeio, cevada e malte (sub-produto da cevada). O transtorno afeta o intestino delgado de indivíduos que ingerem alimentos contendo essa proteína, como pães, biscoitos, aveia e qualquer massa que leve farinha de trigo, como a massa de pizza, por exemplo.
Segundo Maiara Fidalgo, nutricionista da Fluyr Saudável, a doença é causada por uma pré-disposição genética, que faz com que o sistema imunológico não reconheça o glúten e ataque-o, gerando sintomas alérgicos à proteína. As reações principais da rejeição ao glúten são apesentadas em forma de dor abdominal e diarreia crônica.
Outras consequências mais sérias podem decorrer da doença. Entre elas, infertilidade e aborto recorrente ou espontâneo, anemia por deficiência de ferro, síndrome de intestino irritável, cansaço persistente, estomatite (inflamação) recorrente e perda de peso.
A doença celíaca geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer fase da vida. Inclusive em pessoas adultas, que nunca tinham apresentado a intolerância ao glúten anteriormente.
No caso dos adultos, a doença celíaca é mais comum em quem tem parentesco de primeiro grau com portadores do distúrbio. Também há evidências de maior ocorrência da síndrome em pacientes que apresentam doenças crônicas, como a diabetes tipo 1.
O diagnóstico da doença celíaca é feito através de um teste sorológico. Caso o exame indique alta probabilidade da doença, deve ser feita uma biópsia intestinal e, em seguida, dar início imediato ao tratamento.
Tratando a doença celíaca
Por tratar-se de uma patologia crônica, a doença celíaca não tem cura, apenas tratamento, que se dá, basicamente, com uma dieta especial para celíacos, que consiste na retirada completa do glúten em todas as refeições e para o resto da vida. Mas não basta apenas cortar o glúten.
Como o tratamento nutricional deve ser permanente, recomenda-se a consulta a um especialista em nutrição, para garantir uma alimentação saudável, com substituições ao glúten.
Mesmo em indivíduos sem sintomas, mas com o diagnóstico, as restrições ao glúten são recomendadas de forma interrupta. “Se não houver adesão ao tratamento, gera morbidade (agravamento da patologia, causando outras doenças) e até mortalidade”, alerta a nutricionista Maiara Fidalgo.
Outro ponto importante e fundamental é que os pacientes sempre devem ler os rótulos dos alimentos. Nem sempre a informação “não contém glúten" está destacada na embalagem. Alguns alimentos que não têm a proteína, por exemplo, podem conter resquícios do glúten, dependendo de como foram preparados. Comer estes alimentos é um risco para os portadores doença celíaca.
Substitutos do glúten
Confira a seguir uma lista de alimentos que devem entrar no cardápio de quem tem doença celíaca:
- Cereais: arroz e milho;
- Farinhas: mandioca, arroz, milho, fubá e féculas;
- Gorduras: óleos, margarinas;
- Frutas: todas, ao natural e sucos;
- Laticínios: leite, manteiga, queijos e derivados;
- Hortaliças e leguminosas: folhas, cenoura, tomate, vagem, feijão, soja, grão de bico, ervilha, lentilha e raízes como cará, inhame, batata, mandioca e outros;
- Carnes e ovos: aves, suínos, bovinos, caprinos, miúdos, peixes e frutos do mar.
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