A escolha da pessoa errada: por que repetimos padrões nas relações amorosas?

Saiba como mudar a tendência de viver entrando em relacionamentos infelizes e a sensação de sempre encontrar a pessoa errada

A escolha da pessoa errada vira uma constante quando não enxergamos padrões psíquicos e instintivos que influenciam nas escolhas amorosas.


Gostar do beijo ou ter afinidade intelectual com alguém são são os únicos motivos que levam a um relacionamento amoroso. Segundo psicólogos, existe um 'padrão afetivo' capaz de moldar as escolhas amorosas. O problema é quando esta tendência leva à escolha da pessoa errada.

Seja nas características pessoais do parceiro, ou na forma como o relacionamento se desenvolve, há relações infelizes que acabam se repetindo, mesmo quando há mudança do parceiro.
 
“As pessoas têm uma busca específica por sua própria satisfação íntima. Isso se reproduzirá, portanto, na escolha dos parceiros”. Explica o psicólogo André Luís Fabrício. Essa tendência de encontrar somente a pessoa errada para namorar seria decorrente da formação psíquica de cada um.
 
As crenças, valores e vivências adquiridos ao longo da vida acabam por forjar a forma que cada um tem de compreender o amor. A maneira como as relações amorosas são construídas decorre de vários estímulos recebidos, especificamente na primeira infância, fase durante a qual a criança começa a construir seus laços afetivos.
 
“Quando parece haver um padrão que a pessoa reproduz, e que a faz sofrer, entende-se que na formação de seus afetos algo foi frustrado. A pessoa tentará reparar esta frustração de forma inconsciente na fase adulta”, avalia Fabrício.
 

Não enxergamos ser a pessoa errada

 
E nesta busca pela reparação de vivências afetivas frustradas, muitas pessoas acabam em associações amorosas não percebidas. O desejo profundo - e inconsciente - de corrigir erros passados pode levar a uma pessoa inadequada para se relacionar. Mas não somente os mecanismos psíquicos influenciam na escolha da pessoa errada. 

Critérios instintivos e biológicos também afetam o padrão amoroso.  “A verdade é que nosso padrão de escolha tem uma interferência química-neurológica enorme e a gente não se dá conta desse detalhe”, comenta a a psicóloga e especialista em sexualidade, Tatiana Presser.
 
Segundo Tatiana, as escolhas de parceiros ainda dependem de muitos critérios evolutivos. O cheiro, por exemplo, determina os anticorpos do outro. Instintivamente, a pessoa escolhida para amar é selecionada por sua saúde, feromônios e capacidade para ter e prover filhos.
 
“Nem sempre os nossos instintos evolutivos acertam, mas eles ainda determinam a atração inicial”, completa a especialista em sexualidade. Para Tatiata Presser, é preciso tirar essa espécie de venda nos olhos, causada por estímulos inconscientes, que leva à repetição nas escolhas amorosas. 

Apenas atração ou  parceiro ideal?

 
A chave para sair dessa tendência, de entrar sempre numa relação com a pessoa errada, é desenvolver a capacidade de discernimento. Diferenciar o que é apenas uma atração inicial de uma real possibilidade de um relacionamento feliz, que só é possível através do autoconhecimento.

 “Quanto mais conhecimento se tem de si mesmo, de sua verdadeira forma de ser e de suas reais necessidades psíquicas e afetivas, tanto menos estas necessidades serão projetadas em outra pessoa, que naturalmente terá dificuldades em lidar com tal situação”, orienta o psicólogo André Luís Fabrício.
 
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