Cérebro das mulheres é mais afetado pelo uso de drogas do que o dos homens
Estudo científico aponta sérias alterações no cérebro feminino após uso constatante de substâncias ilícitas, enquanto que o cérebro masculino quase não se altera
Um experimento da Escola de Medicina de Denver, na Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, mostrou uma grande diferença entre homens e mulheres em relação às consequências do uso frequente de drogas ilícitas.
De acordo com o estudo, publicado na revista científica Radiology, mulheres que abusam de drogas podem sofrer alterações permanentes no volume cerebral, com consequências a longo prazo. Já nos homens, o uso da mesma quantidade destas substâncias não causou nenhuma mudança relevante.
A pesquisa foi realizada através do monitoramento do cérebro de 127 homens e mulheres. A análise de resultados de ressonância magnética foi feita em dois grupos distintos, sendo o primeiro formado por 59 pessoas com histórico de cerca de 15 anos de dependência em cocaína e anfetaminas. O outro grupo foi composto por 68 pessoas que nunca foram dependentes de nenhuma substância.
Os pesquisadores concluíram que, mesmo após um período de pouco mais de um ano sem utilizar drogas, as mulheres apresentaram alterações significativas no cérebro quando comparadas às participantes saudáveis. De acordo com os resultados, houve redução do tamanho do órgão nas regiões frontal, límbica e temporal, que estão associadas ao aprendizado e ao controle na execução de funções e criação de hábitos.
Com a redução do volume de massa cerebral, os cientistas que acompanharam o estudo identificaram uma maior predisposição a mudanças no comportamento feminino. Neste caso, as mulheres podem se tornar mais impulsivas e mais propensas a continuarem a abusar das drogas.
Para os pesquisadores, a descoberta é um passo importante na busca de tratamentos mais eficazes contra a dependência de drogas. Estabelecer cuidados específicos para cada gênero deve ser a consequência natural da descoberta destas diferenças biológicas entre homens e mulheres, em relação ao efeito de substâncias químicas no organismo.
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